Avaliação do estado de hidratação em militares de um batalhão em Joinville-SC

  • Lucas da Costa Associação Educacional Luterana Bom Jesus (IELUSC), Joinville-SC, Brasil.
  • Fabiana Baggio Nerbass Associação Educacional Luterana Bom Jesus (IELUSC), Joinville-SC, Brasil.
  • Sônia dos Santos Toriani Associação Educacional Luterana Bom Jesus (IELUSC), Joinville-SC, Brasil.
Palavras-chave: Desidratação, Equilibrio hidroeletrolitico, Forças armadas

Resumo

O militar de infantaria está em constante busca por aperfeiçoar seu condicionamento físico para eventuais operações a que for designado. Foi realizado a avaliação do estado de hidratação de militares de um batalhão em Joinville/SC. Trata-se de um estudo de caráter observacional. A amostra foi composta por vinte militares voluntários do sexo masculino com idade de 18 anos, do Núcleo de Preparação de Oficiais da Reserva do 62º Batalhão de Infantaria de Joinville-SC. Os dados antropométricos coletados foram: peso e altura, e o estado nutricional foi avaliado segundo a OMS. Para avaliar perda hí­drica através do suor após o treinamento, utilizou-se o protocolo de desidratação conforme a fórmula de taxa de sudorese proposta pela American College of Sports Medicine (2006). A temperatura corporal foi mensurada pela temperatura timpânica pré e pós-exercí­cio com o modelo Welch Allyn Braun Pro 4000. A pressão arterial e frequência cardí­aca/min foram aferidas utilizando o Monitor Digital de Pressão Arterial Automático de Braço Omron-1100. O resultado mostrou que 35% (n=7) dos militares não faziam consumo de água antes do exercí­cio. Houve uma redução significativa do peso, equivalente a 1,3%. PAS e PAD diminuí­ram, enquanto pulsação e temperatura aumentaram, percebemos resultados com valores de perda por sudorese máxima de 21,4 ml/min e mí­nima de 8,3 ml/min. Deparamo-nos também com um percentual de perda hí­drica expressiva nesta população, cerca de 70% (n=14) acima de 1% de perda hí­drica e apenas 30% (n=6) abaixo deste percentual, tendo como valor máximo encontrado de 2% de perda hí­drica e valor mí­nimo de 0,71%. Encontramos uma correlação inversa e significante entre a escala de sede e a variação de peso absoluta em kg (r=-0,66; p=0,002). Concluiu-se que após o exercí­cio os militares apresentaram sinais de hipohidratação pela ingestão insuficiente de lí­quidos durante o exercí­cio.

Biografia do Autor

Lucas da Costa, Associação Educacional Luterana Bom Jesus (IELUSC), Joinville-SC, Brasil.

Núcleo de Pesquisa e Extensão em Nutrição

Referências

-Antonio, T. T. D.; e colaboradores. Duplo-produto e variação da frequência cardíaca após esforço isocinético em adultos e idosos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 23. Num. 5. p. 394-398. 2017.

-American College of Sports Medicine. Position Stand: Exercise and fluid replacement. Medicine Science Sports Exercises. Vol. 29. p. 1-11. 2016.

-Armstrong, L. E.; Johnson, E. C.; Bergeron, M. F. Counterview: Is Drinking to Thirst Adequate to Appropriately Maintain Hydration Status During Prolonged Endurance Exercise? No. Wilderness & Environmental Medicine. Vol. 27. Num. 2. p. 195-198. 2016.

-Becker, G. F.; e colaboradores. Perda de eletrólitos durante uma competição de duatlo terrestre no calor. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Vol. 25. Num. 2. p. 215-223. 2011.

-Bergeron, Michael F. Hydration in the Pediatric Athlete -How to Guide Your Patients: Current Sports Medicine Reports. Vol. 14. Num. 4. p. 288-293. 2015.

-Bodin, T.; e colaboradores. Intervention to reduce heat stress and improve efficiency among sugarcane workers in El Salvador: Phase 1. Occupational and Environmental Medicine. Vol. 73. Num. 6. p. 409-416. 2016.

-Freitas-Dias, R.; e colaboradores. Efeito de diferentes protocolos dehidratação em militares. ConScientiae Saúde. Vol. 15. Num. 4. p. 628-635. 2016.

-Kavouras, S. A.; e colaboradores. Educational intervention on water intake improves hydration status and enhances exercise performance in athletic youth: Water intake and endurance performance. Scandinavian Journal of Medicine & Science in Sports. Vol. 22. Num. 5. p. 684-689. 2012.

-Kenny, G. P.; Notley, S. R.; Gagnon, D. Direct calorimetry: a brief historical review of its use in the study of human metabolism and thermoregulation. European Journal of Applied Physiology. Vol. 117. Num. 9. p. 1765-1785. 2017.

-Mcdermott, B. P.; e colaboradores. Hydration Status, Sweat Rates, and Rehydration Education of Youth Football Campers. Journal of Sport Rehabilitation. Vol. 18. Num. 4. p. 535-552. 2009.

-Meyer, F.; e colaboradores. Fluid Balance and Dehydration in the Young Athlete: Assessment Considerations and Effects on Health and Performance. American Journal of Lifestyle Medicine. Vol. 6. Num. 6. p. 489-501. 2012.

-Millard-Stafford, M.; e colaboradores. Thirst and hydration status in everyday life. Nutrition Reviews. Vol. 70. p. S147-S151. 2012.

-Monteiro, M. F.; Sobral Filho, D. C. Exercício físico e o controle da pressão arterial. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 10. Num. 6. p. 513-516. 2004.

-Monteiro, C. R.; Guerra, I.; Barros, T. L. Hidratação no futebol: uma revisão. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 9. Num. 4. p. 238-242. 2003.

-Montain, S. J. Hydration recommendations for sport 2008. Current Sports Medicine Reports. Vol. 7. Num. 4. p. 187-192. 2008.

-Noakes, T. D. Changes in body mass alone explain almost all of the variance in the serum sodium concentrations during prolongedexercise. Has commercial influence impeded scientific endeavour? British Journal of Sports Medicine. Vol. 45. Num. 6. p. 475-477. 2011.

-Organização Mundial de Saúde –OMS. Growth reference data for 5-19 years. 2002. Disponível em <http://www.who.int/growthref/who2002_bmi_for_age/en/

-Pichan, G.; e colaboradores. Effect of primary hypohydration on physical work capacity. International Journal of Biometeorology. Vol. 32. Num. 3. p. 176-180. 1988.

-Pompermayer, M. G.; e colaboradores. Reidratação durante exercício no calor reduz o índicede esforço fisiológico em adultos saudáveis. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano. Vol. 16. Num. 6. p. 629-637. 2014.

-Salgueiro Pinheiro, J. C. Efeitos do treinamento aeróbico com intensidade na zona do fatmax (64+ 4% do VO2máx) na composição corporal de Cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras. Fitness & Performance Journal. Vol. 4. Num. 3. p. 157-162. 2005.

-Santos, M.M.; e colaboradores. Parâmetro morfológicos, hemodinâmicos e metabólicos: respostas agudas após uma corrida de 10.000 metros. RBPFEX -Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício. Vol. 10. Num. 57. p. 78-87. 2016.

-Sawka, M.N.; Wenger, C.B. Physiological responses to acute exercise-heat stress. Pp. 1-38 in Human Performance Physiology and Environmental Medicine at Terrestrial Extremes. Pandolf, K.B.; Sawka, M.N.; Gonzalez, R.R. (eds). Indianapolis, Ind.: Benchmark Press. 1988.

-Sawka, M. N.; Montain, S. J.; Latzka, W.A. Hydration effects on thermoregulation and performance in the heat. Comparative Biochemistry and Physiology Part A: Molecular & Integrative Physiology. Vol. 128. Num. 4. p. 679-690. 2001.

-Schwellnus, M P. Cause of Exercise Associated Muscle Cramps (EAMC) -altered neuromuscular control, dehydration or electrolyte depletion? British Journal of Sports Medicine. Vol. 43. Num. 6.p. 401-408. 2009.

-Silva, F.I.C.; e colaboradores. A importância da hidratação hidroeletrolítica no esporte. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Vol. 19. Num. 3.p. 120-128. 2011.

Publicado
2019-09-12
Como Citar
da Costa, L., Nerbass, F. B., & Toriani, S. dos S. (2019). Avaliação do estado de hidratação em militares de um batalhão em Joinville-SC. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 13(80), 439-445. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1307
Seção
Artigos Científicos - Original

##plugins.generic.recommendByAuthor.heading##