Produto comercial baseado na cafeí­na e no citrus aurantium não promove a melhoria nos testes anaeróbios: estudo crossover e duplo cego

  • Eliana Santini University Center of Várzea Grande (UNIVAG); Center for Studies in Physical Fitness, Informatics, Metabolism, Sport and Health (NAFIMES), Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil
  • Adilson Domingos dos Reis Filho Instituto Reis & Santini. Núcleo de Estudos em Aptidão Fí­sica, Informática, Metabolismo, Esporte e Saúde (NAFIMES/UFMT)
  • Fabrí­cio Azevedo Voltarelli Faculty of Physical Education, Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil. Centre for Studies on Physical Fitness, Informatics, Metabolism, Sport and Health (NAFIMES), Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil.
  • Carlos Alexandre Fett Faculty of Physical Education, Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil.Centre for Studies on Physical Fitness, Informatics, Metabolism, Sport and Health (NAFIMES), Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil.
Palavras-chave: Produtos Egogênicos, Testes físicos aeróbios, Perfomance

Resumo

Este estudo teve como objetivo analisar o efeito do uso de produto com propriedades ergogênicas no desempenho das mulheres durante testes fí­sicos anaeróbios. Materiais e Métodos: Foi realizado um estudo duplo-cego, randomizado, cruzado e controlado, com administração de produto comercial ou substância placebo. Produto comercial contendo 2,31 mg.kg-1 de cafeí­na e 1,88 mg.kg-1 de Citrus aurantium, bem como produto placebo foram administrados a 8 mulheres com idades entre 18 e 30 anos (21,5 ± 2,1), que realizavam treinamento fí­sico de força pelo menos a seis meses. Após a randomização da amostra, quatro ensaios foram feitos e os grupos foram revertidos (grupo de suplemento e grupo placebo). A força estática, incluindo potência e resistência muscular, foi avaliada por testes de resistência abdominal, flexão e extensão do cotovelo, salto vertical, tração lombar e força de preensão manual, sendo as duas últimas variáveis avaliadas pelo dinamômetro mecânico. Resultados: Não houve diferença estatí­stica no desempenho das mulheres nos testes anaeróbios (p> 0,05) quando os quatro ensaios foram comparados, independente do grupo que usou suplemento (GS) ou grupo placebo (GP). Conclusão: No presente estudo, a dose recomendada do produto comercial não mostrou efeito significativo durante a força estática, potência e força muscular. Além disso, sugerimos que a inexperiência dos sujeitos em realizar os testes propostos, particularmente o salto vertical, a flexão e a extensão do braço, associados a fatores desconhecidos, não gerou resultados em relação à melhora do desempenho.

Biografia do Autor

Eliana Santini, University Center of Várzea Grande (UNIVAG); Center for Studies in Physical Fitness, Informatics, Metabolism, Sport and Health (NAFIMES), Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil

Nutrition course University Center of Várzea Grande (UNIVAG); Center for Studies in Physical Fitness, Informatics, Metabolism, Sport and Health (NAFIMES), Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil

Adilson Domingos dos Reis Filho, Instituto Reis & Santini. Núcleo de Estudos em Aptidão Fí­sica, Informática, Metabolismo, Esporte e Saúde (NAFIMES/UFMT)

Possui Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade Federal de Mato Grosso, Especialização em Fisiologia do Exercício; Especialização em Exercício Físico aplicado à Reabilitação Cardíaca e a Grupos Especiais; Mestrado em Biociências pela FANUT/UFMT, na linha de pesquisa Nutrição, Exercício, Rendimento Físico e Doenças Metabólicas. Revisor ad hoc dos periódicos científicos Motriz, Pensar a Prática, Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte, Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, Revista Brasileira de Ciência e Movimento, Revista Saúde e Pesquisa e Journal of Physical Education and Sport Management. Tem experiência na área de Educação Física, atuando principalmente nos seguintes temas: Atividade física e saúde, Fisiologia do Exercício, Medidas e Avaliação em Educação Física e Esportes, Cineantropometria, Composição Corporal, Bioquímica do Exercício, Aptidão Física e Envelhecimento.

Fabrí­cio Azevedo Voltarelli, Faculty of Physical Education, Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil. Centre for Studies on Physical Fitness, Informatics, Metabolism, Sport and Health (NAFIMES), Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil.

Faculty of Physical Education of the Federal University of Mato Grosso (UFMT); Centre for Studies on Physical Fitness, Informatics, Metabolism, Sport and Health (NAFIMES/UFMT).

Carlos Alexandre Fett, Faculty of Physical Education, Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil.Centre for Studies on Physical Fitness, Informatics, Metabolism, Sport and Health (NAFIMES), Federal University of Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil.

Faculty of Physical Education of the Federal University of Mato Grosso (UFMT); Centre for Studies on Physical Fitness, Informatics, Metabolism, Sport and Health (NAFIMES/UFMT).

Referências

-Astorino, T.A.; Rohmann, R.L.; Firth, K. Effect of caffeine ingestion on one-repetition maximum muscular strength. Eur J Appl Physiol. Vol.102. Núm. 2. p. 127-132. 2008.

-Altimari, L.R.; Cyrino, E.S.; Zucas, S.M.; Burini, R.C. Efeitos ergogênicos da cafeína sobre o desempenho físico. Rev Paul Educ Fís. São Paulo. Vol. 14. Núm. 2. p. 141-158. 2000.

-Beck, T.W.; Housh, T.J.; Schmidt, R.J.; Johnson, G.O.; Housh, D.J. The acute effects of a caffeine-containing supplement on strength, muscular endurance, and anaerobic capabilities. J Strength Cond Res. Vol. 20. Núm. 3.p. 506-510. 2006.

-Bond, V.; Gresham, K.; McRae, J.; Tearney, J. Caffeine ingestion and isokinetic strength. Brit J Sports Med. Vol. 20. Núm. 3. p. 135-137. 1986.

-Caputo, F.; Aguiar, R.A.; Turnes, T.; Silveira, B.H. Cafeína e desempenho anaeróbio. Rev Bras Cineantropom Desempenho Hum. Vol. 14. Núm. 5.p. 602-614. 2012.

-De Rose, E.H.; Nobrega, A.C.L. O doping na atividade esportiva. In: Pace Lasmar, N.; Camanho, G; Pace Lasmar, R.C. Editores. Medicina do Esporte. Rio de Janeiro.Revinter. p. 32. 2002.

-Del Coso, J.; Muñoz-Fernández, V.E.; Muñoz, G.; Fernández-Elías, V.E.; Ortega, J.F.; Hamouti, N.; Barbero, J.C.; Muñoz-Guerra, J. (2012) Effects of a Caffeine-Containing Energy Drink on Simulated Soccer Performance. PLoS ONE. Vol. 7. Núm. 2. p. e31380. DOI:10.1371/journal.pone.0031380

-Duncan, M.J. The effect of caffeine ingestion on anaerobic performance in moderately trained adults. Serbian Journal of Sports Sciences. Vol. 3. Núm. 4. p. 129-134. 2009.

-Figueiredo, I.M.; Sampaio, R.F.; Mancini, M.C.; Silva, F.C.M.; Souza, M.A.P. Teste de força de preensão utilizando o dinamômetro Jamar. Acta Fisiátrica. Vol. 14. p. 104-110. 2007.

-Goldstein, E.; Jacobs, P.L.; Whitehurst, M.; Penhollow, T.; Antonio, J. Caffeine enhances upper body strength in resistance-trained women. J Int Soc Sports Nutr. Vol. 7. Núm. 18. p. 1-6. 2010.

-Gougeon, R.; Harrigan, K.; Tremblay, J.F.; Hedrei, P.; Lamarche, M.; Morais, J.A. Increase in the thermic effect of food in women by adrenergic amines extracted from citrus aurantium. Obes Res. Vol. 13. Núm. 7. p. 1187-1194. 2005.

-Guedes, D.P.; Guedes, J.E.R.P. Manual prático para avaliação em educação física. Manole. 2006.

-Guttierres, A.P.M.; Natali, A.J.; Alfenas, R.C.G.; Marins, J.C.B. Efeito ergogênico de uma bebida esportiva cafeinada sobre a performance em testes de habilidades específicas do futebol. Rev Bras Med Esporte. Vol. 15. Núm. 6. p. 450-454. 2009.

-Haller, C.A.; Duan, M.; Jacob III, P.; Benowitz, N. Human pharmacology of a performance-enhancing dietary supplement under resting and exercise conditions. Br J Clin Pharmacol. Vol. 65. 6. p. 833-840. 2008.

-Hoffman, J.R.; Kang, J.; Ratamess, N.A.; Jennings, P.F.; Mangine, G.; Faigenbaum, A.D. Thermogenic effect from nutritionally enriched coffee consumption. J Int Soc Sports Nutr. Vol. 3. Núm. 1. p. 35-41. 2006.

-Jackman, M.; Wendling, P.; Friars, D.; Graham, T. E. Metabolic, catecholamine, and endurance responses to caffeine during intense exercise. J Appl Physiol. Vol. 81. Núm. 4. p. 1658-1663. 1996.

-Johnson, B.L.; Nelson, J.K. Practical measuramentsfor evaluation in physical education. Minnesota: Burgess Publishing Company. p. 470. 1979.

-Knopp, W.D.; Wang, T.W.; Back Jr, B.R. Ergogenic drugs in sports. Clinics in Sports Medicine. Vol. 16. Núm. 3. p. 375-392. 1997.

-Materko, W.; Santos, E.L. Efeito agudo da suplementação da cafeína no desempenho da força muscular e alterações cardiovasculares durante o treino de força. Motricidade. Vol. 7. Núm. 3. p. 29-36. 2011.

-McArdle, F.; Katch, F.I.; Katch, V.L.; Fisiologia do exercício: energia, nutrição e desempenho humano. Sexta edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. 2008.

-Pereira, L.A.; Cyrino, E.S.; Avelar, A.; Segantin, A.Q.; Altimari, J.M.; Trindade, M.C.C.; Altimari, L.R. A ingestão de cafeína não melhora o desempenho de atletas de judô. Motriz, Rio Claro. Vol. 16. Núm. 3. p. 714-722. 2010.

-Pollock, M.L.; WilmoreJ. H. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição para prevenção e reabilitação. 2ª edição. Rio de Janeiro: MEDSI. p. 671. 1993.

-Sale, C.; Harris, R.C.; Delves, S.; Corbett, J. Metabolic and physiological effects of ingesting extracts of bitter orange, green tea and guarana at rest and during treadmill walking in overweight males. Int J Obes. Vol. 30. Num. 5. p. 764-773. 2006.

-Spriet, L. Exercise and Sport Performance with Low Doses of Caffeine. Sports Med. Vol. 44. Suppl 2. p. S175-S184. 2014. DOI:10.1007/s40279-014-0257-8

-Tarnopolsky, M.A. Effect of caffeine on the neuromuscular system: potential as an ergogenic aid. Appl Physiol Nutr Metab. Vol. 33. Núm. 6. p. 1284-1289. 2008.

-WHO. Physical status: the use and interpretation of anthropometry. Geneva: World Health Organization. p. 1-36.1999.

-Williams, J.H.; Signorile, J.F.; Barnes, W.S.; Henrich, T.W. Caffeine, maximal power output and fatigue. Brit J Sports Med. Vol. 22. Núm. 4. p. 132-134. 1988.

-Woolf, K.; Bidwell, W.K.; Carlson, A.G. The effect of caffeine as an ergogenic aid in anaerobic exercise. Int J Sport Nutr Exerc Metab. Vol. 18. Núm. 4. p. 412-429. 2008.

Publicado
2019-09-09
Como Citar
Santini, E., Reis Filho, A. D. dos, Voltarelli, F. A., & Fett, C. A. (2019). Produto comercial baseado na cafeí­na e no citrus aurantium não promove a melhoria nos testes anaeróbios: estudo crossover e duplo cego. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 13(79), 297-305. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1330
Seção
Artigos Científicos - Original