Relação da vigorexia com o uso de esteroides anabolizantes em praticantes de treinamento de força

  • Arythan Albuquerque de Macedo Centro Universitário Estácio de Sá, Fortaleza-CE, Brasil.
  • Julio Cesar Chaves Nunes Filho Departamento de Medicina, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza-CE, Brasil.
  • Robson Salviano de Matos Departamento de Medicina, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza-CE, Brasil.
  • Daniel Vieira Pinto Departamento de Medicina, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza-CE, Brasil.
  • Luí­s Felipe Viana Correia Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza-CE, Brasil.
  • Marilia Porto Oliveira Nunes Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Fortaleza-CE, Brasil.
Palavras-chave: Esteroides, Treinamento de resistência, Transtornos dismórficos corporais

Resumo

Introdução: O uso de esteroides anabólicos andrógenos (EAA) tem sido relatado como presente em diversas modalidades esportivas, associado ao uso deles está a ocorrência de distúrbios de autoimagem. A vigorexia é um desses distúrbios mais comumente verificados. Objetivos: Relacionar a vigorexia com o uso de esteroides anabolizantes em praticantes de treinamento de força (TF) dentro de Centros de Treinamento Esportivo (CTE). Materiais e Métodos: pesquisa tipo transversal, quantitativa com abordagem descritiva, realizada no perí­odo de outubro de 2017 a junho de 2018 em dois CTE, localizada na zona periférica da cidade e na zona nobre.  Composta por 40 voluntários, 20 da zona periférica (ZP) e 20 da zona nobre (ZN), classificados como vigoréxicos, de acordo com o Questionário de Complexo de Adônis. Os voluntários também preencheram um questionário com perguntas relacionadas ao uso de esteroides anabolizantes. Para a comparação dos dados foi utilizado o teste T de Student para amostras independentes, já para associação entre os dados qualitativos foi utilizado o teste de Qui-Quadrado. Resultados: Os participantes de ZN e ZP a tinham idade de (28,7 ± 4,77 anos) e (32,42 ± 6,03 anos) respectivamente (p=0,03). Foi verificado um maior percentual de uso de EAAs em ZN (80%), quando comparado com ZP (45%) (p=0,08). Os EAAs mais utilizados percentualmente foram, Durateston®(84%), Winstrol® (80%) e Deca Durabolin(44%). Em ambos grupos o fator principal para o uso de esteroides foi a estética (p<0,05). Já para o acompanhamento médico durante a utilização de EAAs não houve associação entre os grupos, ou seja, independente da classe social a procura foi a mesma (p<0,05). Sobre o acompanhamento médico para prevenção de doenças, 100% dos participantes de ambos grupos não faziam este tipo de procedimento. Conclusão: Praticantes de treinamento de força com vigorexia da zona nobre utilizam proporcionalmente mais esteroides anabolizantes do que os da zona periférica; existe diferença distribuição na motivação do uso de esteroides entre os dois grupos; Os esteroides mais utilizados são Durateston®, stanazolol e Deca Durabolim®, com a finalidade principal relacionada a estética.

Biografia do Autor

Daniel Vieira Pinto, Departamento de Medicina, Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza-CE, Brasil.

Doutorando em Ciências Médicas, Departaemtno de Ciências Médicas, Universidade Federal do Ceará

Referências

-Abrahin, O. S. C.; Sousa, E. C. Esteroides anabolizantes androgênicos e seus efeitos colaterais: uma revisão crítico-científica. Rev. Educ. Fis. UEM. Maringá. Vol. 24. Num. 4. 2013. p. 669-679.

-Azevedo, A. P.; Ferreira, A. C.; Da Silva, P. P.; Caminha, I. D. O.; Freitas, C. D. Dismorfia muscular: A busca pelo corpo hipermusculoso. Motricidade. Vol. 08. Num. 01. 2012. p. 53-66. Calderon, F. Técnicas de Musculação. São Paulo. Marco Zero. 2006.

-Cole, J. C.; Smith, R.; Halford, J. C.; Wagstaff, G. F. A preliminary investigation into the relationship between anabolic androgenic steroids use and the symptoms of reverse anorexia in both current and ex users. Psychopharmacology. Vol. 166. Num. 4. 2003. p. 424-429.

-González-Martí, I.; Fernández-Bustos, J. G.; Jordán, O. R. C.; Sokolova, M. Dismorfia Muscular: detección del uso-abuso de esteroides anabolizantes androgénicos en una muestra española. Adicciones. Vol. 30. Num. 4. 2018. p. 243-250.

-Hildebrandt, T.; Lai, J. K.; Langenbucher, J. W.; Schneider, M.; Yehuda, R.; Pfaff, D. W. The diagnostic dilemma of pathological appearance and performance enhancing drug use. Drug and alcohol dependence. Vol. 114. Num. 1. 2011. p. 1-11.

-Iriart, J.A.B.; Chaves, J.C.; Orleans R.G. Culto ao corpo e uso de anabolizantes entre praticantes de musculação. Cad Saúde Pública. Vol. 25. Num. 4. 2009. p. 773-782.

-Kanayama, G.; Hudson, J.I.; Pope, JR. H. G. features of men with anabolic-androgenic steroid dependence: a comparison with nondependent aas users and with aas nonusers. drug and alcohol dependence. vol. 102. Bum. 1-3. 2009. p. 1030-1137.

-Kreider, R.B.; Wilborn, C.D.; Taylor, L.; Campbell, B.; Almada, A.L.; Collins, R.; Cooke, M.; Earnest, C.P.; Greenwood, M.; Kalman, D.S.; Kerksick, C.M.;Kleiner, S.M., Leutholtz, B.;Lopez, H.;Lowery, L.M.;Mendel, R.;Smith, A.;Spano, M.;Wildman, R.; Willoughby, D.S.; Ziegenfuss, T.N.; Antonio, J. Exercise e sport nutrition review: research e recommendations. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Vol. 7. Num. 1. 2010. p. 1-43.

-Nogueira, F. R.S.; de Freitas Brito, A.; Vieira, T. I.; de Oliveira, C. V. C.; Gouveia, R. L. B. Prevalência de uso de recursos ergogênicos em praticantes de musculação na cidade de João Pessoa, Paraíba. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. Vol. 37. Num. 1. 2015. p. 56-64.

-Olivardia, R.; Pope, H. G. Y.; Hudson, J. Muscle dysmorphia in male weightlifters: a case-control study. American Journal of Psychiatry. Vol. 157. Num. 8. 2000. p. 1291-1296.

-Pope, H. G. Y., Phillips, K. A., Olivardia, R. O Complexo de Adônis: a obsessão masculina pelo corpo. Tradução Sérgio Teixeira. Rio de Janeiro. Editora Campus. 2000.

-Pope, C. G.; Pope, H. G. Y., Menard, W., Fay, C.; Olivardia, R., Phillips, K. Clinical features of muscle dysmorphia among males with dysmorphic disorder. Body Image, Vol. 2. Num. 4. 2005. p. 395-399.

-Rocha, M.; Barthichoto, M.; Lopes, J.; Costa, K.; Nacif, M. Vigorexia: um distúrbio da imagem corporal. Lecturas Educación Fisica y Deportes, Revista digital. Buenos Aires. Vol. 18. Num. 181. 2013.

Publicado
2019-09-19
Como Citar
de Macedo, A. A., Nunes Filho, J. C. C., de Matos, R. S., Pinto, D. V., Correia, L. F. V., & Oliveira Nunes, M. P. (2019). Relação da vigorexia com o uso de esteroides anabolizantes em praticantes de treinamento de força. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 13(81), 733-738. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1436
Seção
Artigos Científicos - Original