Análise da desidratação em praticantes de Crossfit

  • Luiza Nogueira Pinheiro Universidade da Amazônia, Belém, Pará, Brasil
  • Amanda Lobo de Souza Universidade da Amazônia, Belém, Pará, Brasil
  • Yasmin Carolina Caridade Ferreira Santos Universidade da Amazônia, Belém, Pará, Brasil
  • Tayana Vago de Miranda Programa de pós-graduação em Oncologia e Ciências Médicas, Universidade Federal do Pará (UFPA), Belém-PA, Brasil
Palavras-chave: Desidratação, Massa corporal, Crossfit, Estado nutricional

Resumo

Os treinamentos de Crossfit habitualmente organizam-se em exercí­cios aeróbicos e anaeróbicos, classificando suas sessões como treinamentos. Para todos os atletas e praticantes de atividade fí­sica a desidratação é uma dificuldade e pode modificar respostas fisiológicas e o desempenho fí­sico, caso a perda da massa corporal ocasionada pela desidratação seja de 1% a 3%. Desta forma, levando em consideração os efeitos das perdas hí­dricas na prática do Crossfit, o objetivo do presente estudo foi analisar o grau de desidratação em praticantes desta modalidade. Foi realizado um estudo transversal, descritivo, observacional, com 30 indiví­duos adultos sendo aplicado um protocolo de pesquisa referentes à identificação do praticante, variáveis socioeconômicas, de avaliação nutricional antropométrica (Circunferência do braço, prega cutânea tricipital, circunferência muscular do braço, área muscular do braço corrigida), variáveis do exercí­cio e taxa de desidratação. Verificou-se que 90% da amostra ingeriu água durante o treino e 96,6% não fazia uso de repositor hidroeletrolí­tico durante o treino. Foi observado que a maioria apresentou IMC maior que 24,9kg/m² que caracteriza sobrepeso, obesidade grau I e obesidade grau II na escala de avaliação. A maior ingestão de lí­quido durante o treino foi de 1 litro e 300 mililitros, sendo a menor 850 mililitros. A ingestão contribuiu para que a taxa de desidratação máxima fosse de 1,32%, sendo a mí­nima 0,22%. A taxa de produção de suor também foi quantificada, sendo encontrado valor máximo de 25,2% e mí­nimo 8,7%. Esses dados mostraram que as reposições hí­dricas impediram que as perdas de massa corporal fossem mais acentuadas.

Referências

-Artioli, G. G.; Iglesias, R. T.; Franchini, E.; Gualano, B.; Kashiwagura, D. B.; Solis, M. Y.; Benatti, F. B.; Fuchs, M.; Lancha Junior, A. H. Rapid weight loss followed by recovery time does not affect judo-related performance. Journal of sports sciences. Vol. 28. Num. 1. 2010. p. 21-32.

-Ayres, M. BioEstat 5.0: Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Brasília. Sociedade Civil Mamirauá. 2007. p.364.

-Bueno, B. A.; Ribas, M. R.; Bassan, J. C. Determinação da Ingesta de micro e macro nutrientes na dieta de praticantes de crossfit. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 10. Num. 59. 2016. p.579-586.

-Campos, M. V. A.; Miguel, H. Biodisponibilidade de nutrientes em repositores. Hidroeletrolíticos utilizados por atletas de alta performance. EFDeportes. Revista Digital. Num. 177. 2013.

-Carvalho, L. Z. Efeitos da desidratação no desempenho cognitivo de atletas de futebol. Dissertação de Mestrado. UFRGS-RS. Rio Grande do Sul. 2006.

-Cheuvront, S. N.; Kenefick, R. W. Dehydration: Physiology, Assessment, and Performance Effects. Compr. Physiol. Vol. 4. Num.1. 2014. p. 257-285.

-Cheuvront, S. N.; Carter III, R.; Sawka, M. N. Fluid Balance and Endurance. Current Sports Medicine Reports: Exercise Performance. Current Sports Medicine Reports. Num. 2. 2003. p. 202-208.

-Cirne, M.; Mendes, A. Avaliação do estado de hidratação da equipe de atletismo (corrida de rua) da polícia militar da Bahia durante os treinamentos na cidade de Salvador-BA. Educación Física e Deportes. Revista Digital. Ano 16. Num.161. 2011. p 1-10.

-Claudino, J. G.; Gabbett, T. J.; Bourgeois, F. CrossFit Overview: Systematic Review and Meta-analysis. Sports Med-Open 4. Vol. 4. Num. 11. 2018. p. 1-14.

-Coelho, C. F.; Sakzenian, V. M.; Burini, R. C. Ingestão de carboidratos e desempenho físico. Revista Nutrição em Pauta. Vol. 4. Num. 67. 2004. p. 51-56.

-Edwards, A. M.; Mann, M. E.; Marfell-Jones, M. J.; Rankin, D. M.; Noakes, T. D.; Shillington, D. P. Influence of moderate dehydration on soccer performance: physiological responses to 45 min of outdoor match-play and the immediate subsequent performance of sport-specific and mental concentration tests. Br J Sports Med. Vol. 41. Num. 6. 2007. p. 385-391.

-Frisancho, A. R. Anthropometric Standards for the Assessment of Growth and Nutritional Status. Ann Arbor: The University of Michigan Press. 1990. p. 199.

-Frisancho, A. R. New norms of upper linb and fat muscle áreas for assesment of nutritional status. American Journal of Clinical Nutrition. Vol. 34. Num.11. 1981. p. 2540-2545.

-Heyward, V. H; Stolarczyk, L. M. Avaliação da Composição Corporal Aplicada. São Paulo. Manole. 2000. p. 500.

-Ivy, J. Regulation of muscle glycogen repletion, muscle protein synthesis and repair following exercise. J. Sports Sci Med. Vol. 3. Num. 3. 2004. p. 131-138.

-Lima, C.; Michels, M. F.; Amorim, R. Os diferentes tipos de substratos utilizados na hidratação do atleta para melhora do desempenho. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 1. Num. 1. 2007. p. 73-83.

-Machado Moreira, C. A.; Vimieiro Gomes, A. C.; Silami Garcia, E.; Rodrigues, L. O. C. Hidratação durante o exercício: a sede é suficiente? Rev Bras Med Esporte. Vol. 12. Num. 6. 2006. p. 11-18.

-Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Resolução n° 466. 12 de dezembro de 2012. Brasília. 2012.

-Organização Mundial da Saúde. Estado Físico: uso e interpretação da antropometria. Geneva. 1995.

-OPAS. Organización Panamericana de la Salud. División de Promoción y Protección de la Salud (HPP). Encuesta multicentrica salud bienestar y envejecimiento (SABE) en América Latina: informe preliminar. In: Apresentado em: Reunión del Comité Asesor de Investigaciónes en Salud, 36. Kingston. 2002.

-Paula, C. A. Caracterização de Praticantes de Crossfit de uma Centro de Treinamento de Porto Alegre-RS: Variáveis Nutricionais, Antropométricas e de Capacidade Física. TCC de Especialização. UNISINOS-RS. Rio Grande do Sul. 2015.

-Sawka, M. N.; Cheuvront, S. N.; Kenefick, R. W. Hypohydration and Human Performance: Impact of Environment and Physiological Mechanisms. Sports Med. Num. 45. 2015. p. 51-60.

-Sehnem, R. C.; Soares, B. M. Avaliação nutricional de praticantes de musculação em academias de municípios do centro-sul do Paraná. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 9. Num. 51. 2015. p. 206-214.

-Sepeda, T. P. A.; Mendes, R. C.; Loureiro, L. M. Avaliação da perda hídrica e hábitos de hidratação de atletas universitários de futsal competitivo. Rev Bras Med Esporte. Vol. 22. Num. 5. 2016. p. 350-354.

-Smith, M. M.; Sommer, A. J.; Starkoff, B. E.; Devor, S. T. Crossfit-based high-intensity power training improves maximal aerobic fitness and body composition. J Strength Cond Res. Num 27. 2013. p. 3159-3172.

-Soares, E. A.; Ferreira, A. M. D.; Ribeiro, B. G. Consumo de carboidratos e lipídios no desempenho em exercícios de ultraresistência. Rev. Bras. Med. Esporte. Vol. 7. Num. 2. 2001. p. 67- 74.

-Webber, J.; Krauss, M.; Fripp, R.; Liberali, R. Alteração do peso corporal para avaliação do grau de desidratação em atletas de futsal com idade entre 18 a 32 anos de uma equipe profissional de Santa Catarina. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 3. Num. 18. 2009. p. 556-561.

-Zambraski, E. J. The kidney and body fluid balance during exercise. IN Buskirk E. R, Puhl, S. M. Body Fluid Balance: Exercise and Sport. CRC Press. 1996.

Publicado
2021-10-22
Como Citar
Pinheiro, L. N., Lobo de Souza, A., Carolina Caridade Ferreira Santos, Y., & Vago de Miranda, T. (2021). Análise da desidratação em praticantes de Crossfit. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 15(93), 314-322. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1704
Seção
Artigos Científicos - Original