Composição corporal e consumo alimentar de um grupo de trilheiros de São Paulo

  • Gabriela Soares Limeira de Araujo Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo-SP, Brasil.
  • Marcia Nacif Nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo- SP, Brasil.
  • Juliana Masami Morimoto Nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo- SP, Brasil.
Palavras-chave: Consumo alimentar, Estado nutricional, Trilha

Resumo

A alimentação e o estado nutricional de trilheiros é fundamental para que o praticante não apenas complete o percurso, mas que o faça em condições de aproveitar a aventura. Assim, este estudo avaliou a composição corporal e o consumo alimentar de um grupo de trilheiros de São Paulo. Foi realizado um estudo transversal com praticantes de trilhas, de ambos os sexos, que consentiram em participar da pesquisa. Para avaliar a composição corporal aferiu-se o peso, estatura, dobras cutâneas e circunferências corporais. O percentual de gordura corporal foi calculado segundo Siri (1961) e classificado por Lohman (1992). O consumo alimentar foi avaliado pela aplicação de um Recordatório de 24 horas. Os macronutrientes, ácidos graxos, vitaminas A, C, E, cálcio, magnésio e ferro foram calculados utilizando-se o Software Avanutri® versão 4.0. Utilizou-se as recomendações do Institute of Medicine (2001) e da Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013). Foram avaliados 14 trilheiros com idade média de 29 anos, sendo 50% do sexo feminino e 50% do masculino. Pôde-se notar que 35,71% dos participantes estavam acima do peso e 50,0% tinham elevado percentual de gordura. Os homens apresentaram maior estatura e peso e as mulheres maiores porcentagem de gordura e dobra bicipital (p<0,001). Verificou-se ingestão adequada de macronutrientes, porém consumo elevado de gorduras saturadas e colesterol. Também se observou alta prevalência de inadequação quanto ao consumo de cálcio e maior ingestão de lipídios pelas mulheres (p<0,05). Desta forma, recomenda-se que estes indivíduos recebam orientações sobre nutrição visando um melhor rendimento e saúde.

Referências

-ACMS. American College Sports Medicine. Position Stand: Exercise and Fluid Replacement. Medicine & Science In Sports & Exercise. Vol. 39. Num. 2. p.377-390. 2007.

-Anjos, L.A.; Barbosa, T.B.C.; Wahrlich, V.; Vasconcellos, M.T.L. Padrão de atividade física em um dia típico de adultos de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil: resultados da pesquisa de Nutrição, Atividade Física e Saúde (PNAFS). Cad. Saúde Pública. Rio de Janeiro. Vol. 28. Num. 10. 2012. p. 1893-1902.

-Augusti, M.R.A. Caminhada e Estilo de Vida: implicações no lazer e na qualidade de vida. Dissertação em Ciências da Motricidade. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade. Universidade Estadual Paulista. Rio Claro. 2014.

-Bellotto, M.L. Minha experiência com o Caminho de Santiago de Compostela. In Hirschbruch, M.D.; Carvalho, J.R. Nutrição Esportiva: Uma revisão pratica. Manole. 2008.

-Castilho, A.C.M.M. Minha experiência com corridas de aventura. IN Hirschbruch, M.D.; Carvalho, J.R. Nutrição Esportiva: Uma revisão pratica. Manole. 2008.

-Chaieb, J.A.; Castellarin, C. Associação tabagismo-alcoolismo: introdução às grandes dependências humanas. Revista de Saúde Pública. São Paulo. Vol. 32. Num. 3. 1998. p. 246-54.

-Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466/2012, de 04 de dezembro de 2012. Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos. Brasília. 2012.

-Cordeiro, H.J.; Ribas, M.R.; Abreu, F.G.; Braga, G.I.; Cavalheiro, F.S.; Bassan, J.C. Determinação da ingestão de macro e micronutrientes na dieta de nadadores fundistas masteres. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo.Vol. 11. Num. 61. 2017. p. 32-39.

-Cotes, M.; Mielke, M.S.; Cazorla, I.M.; Morel, M. Avaliação do nível de dificuldade da trilha interpretativa do Ecoparque de Una (Bahia). Rev. Bras. Cienc. Esporte. Campinas. Vol. 28. Num. 3. 2007. p. 191-207.

-Diedrich, J.; Boscaini, C. Estado nutricional e consumo alimentar em atletas de futsal masculino. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 8. Num. 46. 2014. p. 207-216.

-Durante, J.; Alcântara, A.M.; Zagonel, I.P.S. Consumo de métodos contraceptivos pela população do município de São José do Rio Claro-MT. Visão Acadêmica. Curitiba. Vol. 13. Num. 1. 2012.

-Durnin, J.V.G.A.; Womersley, J. Body fat assessed from total body density and its estimation from skinfold thickness: measurements on 481 men and women aged from 16 to 72 years. Br J Nutr. Vol. 32. Num. 1. 1974. p. 77-97.

-Esteves, E.A; Rodrigues, C.A.A; Paulino, É.J. Ingestão dietética de cálcio e adiposidade em mulheres adultas. Rev.de Nutrição. Vol. 23. Num. 4. 2010.

-Frade, R.E.T.; Viebig, R.F.; Moreira, I.C.L.S.; Fonseca, D.C. Avaliação do Consumo de Suplementos Nutricionais por Frequentadores de uma Academia da Cidade de São Paulo-SP. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 10. Num. 55. 2016. p. 50-58.

-Frisancho, A.R. Anthropometric standards for the assessment of Growth and nutritional status. University of Michigan Press. Ann Arbor. 1990. p. 189.

-Folmann, A.C.; Pinto, M.L.C.; Guimarães, G.B. Trilhas interpretativas como instrumentos de geoturismo e geoconservação: caso da trilha do salto São Jorge, campos gerais do Paraná. Geo UERJ. Vol. 2. Num. 21. 2010. p. 1-19.

-Gomes, O.C.; Isayama, H.F. Corridas de aventura e lazer: um percurso analítico para além das trilhas. Motriz. Vol. 15. Num. 1. 2009. p. 69-78.

-Goston, J.L.; Mendes, L.L. Perfil Nutricional de Praticantes de Corrida de Rua de um Clube Esportivo da Cidade de Belo Horizonte, Mg, Brasil. Rev Bras Med Esporte. Vol. 17. Num. 1. 2011.

-Haskell, W.L.; Lee, I.M.; Pate, R.R.; Powell, K.E.; Blair, S.N.; Franklin, B.A.; Macera, C.A.; Heath, G.W.; Thompson, P.D.; Bauman, A. Physical Activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc. Vol. 39. Num. 8. 2007. p. 1423-1434.

-IOM. Institute of Medicine. DRIs - Dietary Reference Intakes. Dietary Reference Intakes for Vitamin A, Vitamin K, Arsenic, Boron, Chromium, Copper, Iodine, Iron, Manganese, Molybdenum, Nickel, Silicon, Vanadium, and Zinc. Food and Nutrition Board - USA. National Academy of Sciences. 2001.

-Jost, P.A.; Poll, F.A. Consumo de suplementos alimentares entre praticantes de atividade física em academias de Santa Cruz do Sul-RS. Revista do Departamento de Educação Física e Saúde e do Mestrado em Promoção da Saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul. Vol. 15. Num. 1. 2014. p. 10-17.

-Lohman, T.G. Advances in body composition assessment. Champaigm. Human Kinetics. 1992.

-Maciel, E.S.; Sonati, J.G.; Modeneze, D.M.; Vasconcelos, J.S.; Vilarta, R. Consumo alimentar, estado nutricional e nível de atividade física em comunidade universitária brasileira. Rev. Nutr. Vol. 25. Num. 6. 2012. p. 707-718.

-Monsen, E.R. The 10th edition of the Recommended Dietary Allowances: what’s new in the 1989 RDA’s?. J Am Diet Assoc. Vol. 89. Num. 12. 1989. p. 1748-1752.

-Moreira, N.M.; Navarro, A.C.; Navarro, F. Consumo de Suplementos Alimentares em Academias de Cachoeiro de Itapemirim-es. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 8. Num. 48. 2014. p. 363-372.

-Nacif, M.; Viebig, R.F. Avaliação antropométrica no ciclo da vida: uma visão prática. 2ª edição. São Paulo. Editora Metha. 2011. p. 168.

-Padovani, R.M.; Amaya-Farfán, J.; Colugnati, F.A.B.; Domene, S.M.A. Dietary reference intakes: aplicabilidade das tabelas em estudos nutricionais. Rev. Nutr. Vol. 19. Num. 6. 2006. p.741-760.

-Pereira, A.S.; Pimentel, G.G.A.; Lara, L.M. Atividades físicas de aventura na natureza: relações entre estilo de vida aventureiro e modo de vida rural para a melhoria da qualidade de vida. Iniciação Científica CESUMAR. Vol. 6. Num. 2. 2004. p. 112-119.

-Pinheiro, A.B.V.; Lacerda, E.M.A.; Benzecry, E.H.; Gomes, M.C.S.; Costa, V.M. Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras. Rio de Janeiro. Atheneu. 2000. p. 81.

-Pires, S.K.P.; Almeida, A.M.R. Estado de hidratação e uso de suplementos em praticantes de luta em caruaru-pe. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 11. Num. 65. 2017. p. 618-626.

-Pontes, L.M.; Sousa, M.S.C. Prevalência e associação entre os componentes da síndrome metabólica e o excesso de peso em praticantes de atividade física. Revista da AMRIGS. Vol. 52. Num. 2. 2008. p. 86-92.

-Porte, G. Guia general Del ciclismo. Madri. Tutor. 1996.

-Previdellii, A.N.; Goulart, R.M.M.; Aquinoi, R.C. Balanço de macronutrientes na dieta de idosos brasileiros: análises da Pesquisa Nacional de Alimentação 2008-2009. Rev Bras Epidemiol. Vol. 20. Num. 1. 2017. p. 70-80.

-Ribas, M.R.; Machado, F.; Filho, J.S.; Bassan, J.C. Ingestão de macro e micronutrientes de praticantes de musculação em ambos os sexos. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 9. Num. 49. 2015. p. 91-99.

-Sawka, M.N. Physiological consequences of hypohydration: exercise performance and thermoregulation. Med Sci Sports Exerc. Natick. Vol. 26. Num. 6. 1992. p. 657-670.

-Siri, W.E. Body composition from fluid spaces and density: analysis of methods. In Brozek, J.; Henschel, A. editors. Techniques for measuring body composition. Washington DC. National Academy of Science. 1961. p. 223-44.

-Sociedade Brasileira de Cardiologia. I Diretriz sobre o Consumo de Gorduras e Saúde Cardiovascular. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Rio de janeiro. Vol. 100. Núm 1. supl.3. 2013.

-Tahara, A.K.; Filho, S.C. Atividades físicas de aventura na natureza (AFAN) e academias de ginástica: motivos de aderência e benefícios advindos da prática. Movimento. Vol. 15. Num. 03. 2009. p. 187-208.

-Vargas, C.S.; Fernandes, R.H.; Lupion, R. Prevalência de Uso dos Suplementos Nutricionais em Praticantes de Atividade Física de Diferentes Modalidades. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 9. Num. 52. 2015. p. 343-349.

-Wilmore, J.M; Costill, D.L. Physiology of sport and exercise. Champaign. Human Kinetics. 1994. p. 10.

-World Health Organization. WHO. Obesity: Preventing and managing the global epidemic. Report of WHO Consultation on Obesity. Geneva. 1998.

Publicado
2023-12-03
Como Citar
Araujo, G. S. L. de, Nacif, M., & Morimoto, J. M. (2023). Composição corporal e consumo alimentar de um grupo de trilheiros de São Paulo. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 17(105), 382-394. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1522
Seção
Artigos Científicos - Original