Efeitos da suplementação de creatina no desempenho físico de paratletas

  • Ana Clara Neville Armond Santos Universidade Federal de Minas Gerais, Brasil.
  • Caio Eduardo Gonçalves Reis Universidade de Brasília, Brasil.
  • Rafael Longhi Centro Universitário Metodista - IPA/RS, Brasil.
Palavras-chave: Paratletas, Cadeirantes, Lesão medular espinhal, Creatina, Suplementação de creatina

Resumo

Os paratletas possuem peculiaridades metabólicas e fisiológicas. Estes indivíduos devem ter prescrições dietéticas e de suplementos alimentares realizadas cautelosamente. Diante disso, as prescrições nutricionais para atletas não devem ser reproduzidas para os paratletas, pois podem não ser seguras ou apropriadas. A creatina é um suplemento dietético ergogênico comprovado em diversas populações. Para os paratletas são necessárias evidências robustas devido a individualidade em relação ao local e ao tipo da lesão, que geram diferentes respostas metabólicas e fisiológicas. Desse modo, o objetivo do presente estudo é sintetizar os resultados acerca dos efeitos da suplementação de creatina em paratletas no desempenho esportivo, bem como o protocolo de suplementação. O estudo trata-se de uma revisão narrativa sobre os efeitos da suplementação de creatina no desempenho esportivo em paratletas. Foram realizadas buscas em bases de dados utilizando palavras-chave e critérios de inclusão e exclusão. Após a identificação houve a triagem e leitura na íntegra dos estudos encontrados para análise qualitativa. A maior parte dos estudos mostraram que o uso da creatina na dosagem de 5 a 20 gramas de creatina durante oito semanas ou a suplementação de 20 gramas por dia durante sete dias resultou em melhor desempenho aos paratletas. O único estudo que não encontrou alterações significativas nas variáveis avaliadas apresentou justificativa biologicamente plausível para esse resultado. A suplementação de creatina em paratletas melhora o desempenho, principalmente de treino resistido e força, tanto no uso agudo quanto crônico, que também se mostrou seguro com dosagens entre 5 a 20 gramas.

Referências

-Amorim, S.; Teixeira, V.H.; Corredeira, R.; Cunha, M.; Maia, B.; Magalho, P.; Pires, J. Creatine or vitamin D supplementation in individuals with a spinal cord injury undergoing resistance training: A double-blinded, randomized pilot trial. The Journal of Spinal Cord Medicine. Vol. 41. Num. 4. 2018. p. 471-478.

-Barboza, R.R. Silva, T.A.L.; Rêgo, J.T.P.; Medeiros, J.A.; Spina, M.A.; Dantas, P.M.S. Influência do consumo alimentar e uso de suplementos no desempenho de paratletas brasileiros. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 21. Num. 5. 2015. p. 376-380.

-Bemben, M.G.; Lamont, H.S. Creatine Supplementation and Exercise Performance. Sports Medicine. Vol. 35. Num. 2. 2005. p. 107-125.

-Butts, J.; Jacobs, B.; Silvis, M. Creatine Use in Sports. Sports Health: A Multidisciplinary Approach. Vol. 10. Num. 1. 2017. p. 31-34.

-Comitê Paralímpico Brasileiro. Academia Paralímpica Brasileira. Guia de suplementação nutricional no esporte paralímpico. São Paulo. 2013.

-Corrêa, D.C.; Moreira, I.; Resende, R.; Andrade, A.G.; Silva, A.; Mello, M.T.; Longhi, R.; Gonçalves, D.A. Potenciais efeitos deletérios de dietas restritivas nas respostas endócrino-metabólicas, composição corporal e desempenho físico de atletas com lesão medular espinhal. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 16. Num. 97. 2022. p. 180-196.

-Jacobs, P.L.; Mahoney, E.T.; Cohn, K.A.; Sheradsky, L.F.; Green, B.A. Oral creatine supplementation enhances upper extremity work capacity in persons with cervical-level spinal cord injury. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. Vol. 83. Num. 1. 2002. p. 19-23.

-Kreider, R.B.; Kalman, D.S.; Antonio, J.; Ziegenfuss, T.N.; Wildman, R.; Collins, R.; Candow, D.G.; Kleiner, S.M.; Almada, A.L.; Lopez, H.L. International Society of Sports Nutrition position stand: safety and efficacy of creatine supplementation in exercise, sport, and medicine. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Vol. 14. Num. 1. 2017. p.14-18

-Madden, R.F.; Shearer, J.; Legg, D.; Parnell, J.A. Evaluation of Dietary Supplement Use in Wheelchair Rugby Athletes. Nutrients. Vol. 10. Num. 12. 2018. p. 1958.

-Magnuson, B.; Peppard, A.; Flomenhoft, D.A. Hypocaloric Considerations in Patients with Potentially Hypometabolic Disease States. Nutrition in Clinical Practice. Vol. 26. Num. 3. 2011. p. 253-260.

-Perret, C.; Mueller, G.; Knecht, H. Influence of creatine supplementation on 800 m wheelchair performance: a pilot study. Spinal Cord. Vol. 44. Num. 5. 2005. p. 275-279.

-Sampaio, C.R.S.F.; Aidar, F.J.; Ferreira, A.R.P.; Santos, J.L.; Marçal, A.C.; Matos, D.G.; Souza, R.F.; Moreira, O.C.; Guerra, I.; Filho, J.F.; Marcucci-Barbosa, L.S.; Nunes-Silva, A.; Almeida-Neto, P.F.; Cabral, B.G.A.T.; Reis, V.C. Can Creatine Supplementation Interfere with Muscle Strength and Fatigue in Brazilian National Level Paralympic Powerlifting? Nutrients. Vol. 12. Num. 2492. 2020.

-Shaw, K. A.; Zello, G.A.; Bandy, B.; Ko, J.; Bertrand, L.; Chilibeck, P.D. Dietary Supplementation for Para-Athletes: A Systematic Review. Nutrients. Vol. 13. Num. 6. 2021. p. 2016.

-Wang, C.C.; Fang, C.C.; Lee, Y.H.; Yang, M.T.; Chan, K.H. Effects of 4-Week Creatine Supplementation Combined with Complex Training on Muscle Damage and Sport Performance. Nutrients. Vol. 10. Num. 11. 2018. p. 1640.

-Wax, B.; Kerksick, C.M.; Jagim, A.R.; Mayo, J.J.; Lyons, B.C.; Kreider, R.B. Creatine for Exercise and Sports Performance, with Recovery Considerations for Healthy Populations. Nutrients. Vol. 13. Num. 6. 2021. p. 1915.

Publicado
2023-12-03
Como Citar
Santos, A. C. N. A., Reis, C. E. G., & Longhi, R. (2023). Efeitos da suplementação de creatina no desempenho físico de paratletas. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 17(105), 497-504. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/2176
Seção
Artigos Científicos - Revisão