Papel da atividade física excessiva na saúde óssea de mulheres com diagnóstico de transtornos alimentares

  • Maxsuel Pinheiro da Silva Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, Brasil.
  • Jionocley Viana dos Santos Hospital Ipiranga, São Paulo-SP, Brasil.
  • Luan Lício Lima de Souza Sírio Libanês Hospital, São Paulo-SP, Brasil.
  • Myllena Santos Souza Universidade Tiradentes, Aracajú-SE, Brasil.
  • José Reginaldo Alves de Queiroz Júnior Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE, Brasil.
  • Jarson Pedro da Costa Pereira Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE, Brasil.
Palavras-chave: Transtornos alimentares, Saúde óssea, Atividade física, Anorexia, Bulimia

Resumo

Introdução e objetivo. Ainda existem poucos estudos que avaliaram a relação entre transtornos alimentares, atividade física excessiva e saúde óssea em mulheres com anorexia nervosa (AN) e bulimia nervosa (BN). Nosso estudo teve como objetivo avaliar o impacto da atividade física excessiva na saúde óssea de mulheres diagnosticadas com AN ou BN. Materiais e métodos. Trata-se de um estudo transversal em um serviço de referência especializado em transtornos alimentares em um hospital público, envolvendo mulheres diagnosticadas com AN ou BN. Medimos dados antropométricos para calcular o índice de massa corporal. O comportamento alimentar foi avaliado usando o Questionário de Exame de Transtornos Alimentares. Foram coletadas amostras de sangue para avaliar os níveis séricos de vitamina D das participantes. O status de atividade física foi autorrelatado. A densidade mineral óssea foi medida usando a absorciometria por raio-X de dupla energia. Resultados. As pacientes com AN apresentaram maior duração de amenorreia e valores significativamente mais baixos de índice de massa corporal. Os exercícios aeróbicos foram predominantes em ambos os grupos (AN e BN), no entanto, as mulheres com BN apresentaram maior frequência de exercícios aeróbicos e de prática de musculação (p<0,05). Em ambos os grupos, mulheres que praticaram exercícios aeróbicos por menos de 300 minutos por semana apresentaram maior densidade mineral óssea. Conclusão. A prática excessiva de atividade física, especialmente em exercícios aeróbicos, teve um impacto negativo na densidade mineral óssea de mulheres diagnosticadas com AN ou BN.

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Publicado
2024-02-22
Como Citar
Silva, M. P. da, Santos, J. V. dos, Souza, L. L. L. de, Souza, M. S., Queiroz Júnior, J. R. A. de, & Pereira, J. P. da C. (2024). Papel da atividade física excessiva na saúde óssea de mulheres com diagnóstico de transtornos alimentares. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 18(108), 47-56. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/2259
Seção
Artigos Científicos - Original