Alimentação, estilo de vida, e estado nutricional de praticantes de beach tennis: um estudo no Sudoeste do Paraná
Resumo
O beach tennis (BT) é um esporte em crescimento no Brasil, mas com poucos estudos sobre o perfil nutricional de seus praticantes. Este estudo teve como objetivo traçar o perfil nutricional, hábitos alimentares e estilo de vida de praticantes de BT no Sudoeste do Paraná, visando preencher lacunas científicas e contribuir com estratégias nutricionais. Realizou-se um estudo transversal quali-quantitativo com 152 praticantes de BT (64,47% mulheres), recrutados aleatoriamente. Os dados foram coletados via questionário online, abordando variáveis antropométricas, índice de massa corporal (IMC), socioeconômicas, consumo alimentar, hábitos de vida e frequência de treinos. A maioria dos participantes apresentou eutrofia (53,95%), idade entre 25-35 anos (40,79%) e renda familiar acima de 5 salários-mínimos (69,08%). O consumo diário de carnes (86,84%) e legumes/verduras (55,92%) foi alto, enquanto alimentos integrais foram consumidos eventualmente (37,5%). Hidratação inadequada (<2L/dia) foi relatada por 65,13%. Suplementos foram utilizados por 63,15% (creatina: 44,73%). O etilismo foi frequente (79,61%), mas tabagismo baixo (15,7%). Os resultados indicam hábitos alimentares parcialmente equilibrados, com destaque para proteínas, mas deficiências em fibras e hidratação. A alta renda e escolaridade sugerem elitização do esporte. O uso de suplementos relacionou-se com maior frequência de jogos, especialmente em categorias intermediárias. Apesar da predominância de eutrofia, há necessidade de orientação nutricional para otimizar hidratação, reduzir consumo de açúcares/frituras e aumentar fibras. O estudo destaca a importância de políticas inclusivas e intervenções nutricionais personalizadas, considerando o perfil socioeconômico e as demandas esportivas.
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