Avaliação da ingestão proteica em indiví­duos frequentadores de academia

  • Lais de Souza Prado Universidade de Franca (UNIFRAN), Franca-SP, Brasil.
  • Daniel dos Santos Universidade de Franca (UNIFRAN), Franca-SP, Brasil.
  • Daniel Gottardo de Souza Universidade de Franca (UNIFRAN), Franca-SP, Brasil.
  • Fabí­ola Pansani Maniglia Universidade de Franca (UNIFRAN), Franca-SP, Brasil.
Palavras-chave: Academias de ginástica, Suplementação alimentar, Comportamento alimentar

Resumo

Os achados na literatura sinalizam que praticantes de exercí­cios fí­sicos tendem a auto prescreverem dietas, porém, quando não há o esclarecimento das informações nutricionais por um profissional habilitado, é comum que haja a difusão de teorias infundadas e equivocadas que podem levar a um consumo dietético inadequado na população que frequenta academias. A não procura por um profissional habilitado, associado a fatores como, falta de tempo para elaborar refeições com alimentos mais naturais e a impaciência para atingir os resultados podem ser justificativas para o uso de suplementos por essa população. O objetivo desse trabalho foi avaliar a adequação da ingestão proteica de indiví­duos praticantes de exercí­cio fí­sico baseado em seus relatos de dieta e suplementação, considerando suas necessidades nutricionais e a indicação e prescrição das mesmas. A adequação da ingestão proteica, associada ao profissional que o prescreveu juntamente com a quantidade e origem das proteí­nas foram avaliados através de um questionário elaborado pela pesquisadora, o qual abordava informações sobre idade, sexo, massa corporal, estatura, frequência semanal do treinamento, indicação do suplemento, tipo de suplementação nutricional utilizado, qual o profissional que o prescreveu e recordatório alimentar. Participaram da pesquisa, 65 pessoas, sendo 51% sexo feminino e 49 % sexo masculino com idade de 28,29 e ± 5.87 anos e peso corporal de 71,7 ± 13.452 Kg. A frequência de treinamento semanal, demonstrou que 68% declararam frequentar a academia de 5 a 7 vezes durante a semana, relatando objetivar hipertrofia (54%) seguido por emagrecimento (17%). Em relação ao uso de suplementos, constatou-se a preferência pelo uso de whey protein (91%), BCAA (21%), Albumina (9%) e Creatina (9%). Dos pesquisados, 39% da amostra declararam associar dois ou mais tipos de suplementos. Quando perguntado sobre a indicação do suplemento, apenas 57% declararam receber indicação pelo nutricionista, 15% apontaram outros profissionais (14% educador fí­sico e 1% médico), 3% amigos e 25% auto prescrevem. A avaliação do recordatório alimentar apresentou média de 2,4 g de proteí­na por kg/peso/dia e desvio padrão de ± 0,9. Esses resultados sugerem que a população que pratica exercí­cios fí­sicos nas academias, tem utilizado suplementos na sua rotina de treinamento. Apesar da maioria dos pesquisados utilizar por indicação do nutricionista, fica evidente a orientação por outros profissionais que não estão habilitados a prescrição de suplementos para tal finalidade. A auto prescrição, segundo os resultados encontrados, parece ser ainda um problema a ser combatido, uma vez que muitos dos suplementos utilizados apresentam indicação especí­fica para atletas, o que não justificaria a prescrição e/ou utilização para indiví­duos fisicamente ativos, que poderiam suprir suas necessidades nutricionais através de uma dieta equilibrada.

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Publicado
2018-03-19
Como Citar
Prado, L. de S., dos Santos, D., de Souza, D. G., & Maniglia, F. P. (2018). Avaliação da ingestão proteica em indiví­duos frequentadores de academia. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 12(70), 229-237. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1015
Seção
Artigos Científicos - Original

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