Consumo de vitaminas antioxidantes e frequência de infecções do trato respiratório superior em praticantes de musculação

  • Ewerton Carlos Mota Vieira Centro Universitário do Vale do Ipojuca - UNIFAVIP/DeVry, Caruaru-PE, Brasil
  • Thays Kallyne Marinho de Souza Universidade de Pernambuco, Petrolina-PE, Brasil
  • Marilia Tokiko Tomiya de Oliveira Faculdade de Boa Viagem (FBV). Brasil.
  • Rebecca Peixoto Paes-Silva Centro Universitário do Vale do Ipojuca - UNIFAVIP/DeVry, Caruaru-PE, Brasil
Palavras-chave: Vitaminas, Infecção, Treinamento de resistência

Resumo

O presente estudo teve o objetivo de avaliar a associação entre a frequência de ITRS e o consumo de nutrientes antioxidantes em praticantes de musculação. Trata-se de um estudo tipo transversal série de casos com praticantes de musculação de uma academia da cidade de Caruaru-PE. Foram excluí­dos do estudo portadores de doenças crônicas inflamatórias e/ou utilizam medicamentos que influenciam na resposta imunológica (imunossupressor, anti-inflamatórios). A frequência de sintomas de ITRS foi avaliada através do questionário WURSS-21, enquanto o nível de esforço foi contabilizado através da escala de esforço percebido de Borg. O consumo de vitaminas A e C foram quantificados através de um Questionário de Frequência Alimentar Quantitativo, composto por alimentos fontes destes nutrientes. Os valores de vitaminas A e C foram comparados com a Dietary Reference Intakes (DRI's). Foram avaliados 50 praticantes de musculação, sendo 58% homens. Quanto ao consumo de antioxidantes, 38% apresentavam consumo inadequado de vitamina A, enquanto 30% apresentavam consumo inadequado de vitamina C. Sobre os sintomas de ITRS, 88% relataram a presença de alguns sintomas, e 58% relatou ní­vel de esforço de leve a moderado. Não houve associação significativa das variáveis analisadas com o surgimento de ITR, entretanto foi observado uma tendência (p=0,053) no ní­vel de esforço leve/moderado em contribuir para a presença de ITR. Na musculação, as variáveis de frequência e duração, bem como a ingestão de vitaminas A e C não influenciam no surgimento de ITRS. Sugere-se a realização de novos estudos com maior número amostral para refutar ou confirmar tais achados.

Referências

-Camargo, D.R.; Souza, V.V.; Mezzomo, T.R. Consumo alimentar de praticantes de musculação de uma academia em Curitiba--PR. BRASPEN Journal. Vol. 32. Num. 1. 2017. p. 36-41. Disponível em: <http://www.braspen.com.br/wp-content/uploads/2017/04/07-AO-Consumo-alimentar.pdf>

-Chodzko-Zajko, W.J.; Proctor, D.N.; Singh, M.A.F.; Minson, C.T.; Nigg, C.R.; Salem, G.J.; Skinner, J.S. American College of Sports Medicine position stand. Exercise and physical activity for older adults. Medicine and Science in Sports Exercise. Vol. 41. Num. 7. 2009. p. 1510-1530. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19516148>.

-Cruzat, V.F.; Rogero, M.M.; Borges, M.C.; Tirapegui, J. Aspectos atuais sobre estresse oxidativo, exercícios físicos e suplementação. Revista Brasileira de Medicina e Esporte. Vol. 13. Num. 5. 2007. p. 336-342. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922007000500011>.

-Da Costa, M.G.; Dantas, E.H.M.; Marques, M.B.; Novaes, J.S. Subjective exertion perception. Perceived exertion classification: face scale utilization proposal. Fitness & Performance Journal. Vol. 3. Num. 6. 2004. p. 305-313.

-Diment, B.C.; Fortes, M.B.; Edwards, J.P.; Hanstock, H.G.; Ward, M.D.; Dunstall, H.M.; Friedmann, P.S.; Walsh, N.P. Exercise intensity and duration effects on in vivo immunity. Medicine and Science in Sports Exercise. Vol. 47. Num. 7. 2015. p. 1390-1398. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25380472>.

-Domingues, S.F.; Marins, J.C.B. Utilização de recursos ergogênicos e suplementos alimentares por praticantes de musculação em Belo Horizonte-MG. Fitness and Performance Journal. Vol. 6. Num 4. 2007. p. 218-226.

-Gomide, E.B.G.; Martins, A.A.; Chiarato, T. Determinação da intensidade do treinamento de força em indivíduos de 18 a 25 anos. Saúde Batatais. Vol. 1. Num. 1. 2012. p. 79-88.

-Gleeson, M.; Mcfarlin, B.; Flynn, M. Exercise and Toll-like receptors. Exercise Immunology Review. Vol. 12. 2006. p. 34-53. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17201071>.

-Gleeson, M.; Nieman, D.C.; Pedersen, B.K. Exercise, nutrition and immune function. Journal of Sports Science. Vol. 22. Num 1. 2004. p. 115-125. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14971437>.

-Institute of Medicine (IOM). National ResearchCouncil. Dietary Reference Intakes: the essential guide to nutrient requirements. Washington DC: National Academy Press. 2006.

-Jesus, E.V.; Da Silva, M.D.B. Suplemento alimentar como recurso ergogênico por praticantes de musculação em academias. ANAISdo III Encontro de Educação Física e Áreas Afins: Núcleo de Estudo em Educação física (NEPEF). UFPI. 2008. [http://leg.ufpi.br/subsiteFiles/def/arquivos/files/SUPLEMENTO%20ALIMENTAR%20COMO%20RECURSO%20ERGOGENICO%20POR%20PRATICANTES%20DE%20MUSCULAO%20EM%20ACADEMIAS.pdf].

-Karacabey, K.; Saygin, O.; Ozmerdivenli, R.; Godekmerdan, A.; Bulut, V. The effects of exercise on the náusea system and stress hormones in sportswomen. Neuroendocrinology Letters. Vol. 26. Num. 4. 2005. p. 361-316. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16136008>.

-Leandro, C.G.; De Castro, R.M.; Nascimento, E.; Pithon-Curi, T.C.; Curi, R. Mecanismos adaptativos do sistema imunológico em resposta ao treinamento físico. Revista Brasileira de Medicina e Esporte. Vol. 13. Num. 5. 2007. p. 343-348.

-Matthews, C.E.; Ockene, I.S.; Freedson, P.S.; Rosal, M.C.; Merriam, P.A.; Hebert, Junior. Moderate to vigorous physical activity and risk of upper-respiratory tract infection. Medicine and Science in Sports Exercise. Vol. 34. 2002. p. 1242-1248. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12165677>

-Mendes, R.; Sousa, N.; Barata, J.L.T. Actividade física e saúde pública recomendações para prescrição de exercício. Acta Medica Portuguesa. Vol. 24. Num. 6. 2011. p. 1025-1030.

-Miles, M.P.; Kraemer, W.J.; Grove, D.S.; Leach, S.K.; Dohi, K.; Bush, J.A.; Marx, J.O.; Nindl, B.C.; Volek, J.S.; Mastro, A.M. Effects of resistance training on resting immune parameters in woman. European Journal of Applied Physiology. Vol. 87. Num. 6. 2002. p. 506-508. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/12355189>.

-Moreira, A.; Borges, T.O.; Koslowski, A.A.; Simões, A.C.; Barbanti, V.J. Esforço percebido, estresse e inflamação do trato respiratório superior em atletas de elite de canoagem. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Vol. 23. Num. 4. 2009. p. 355-363.

-Moreira, A.; Cavazzoni, P.B. Monitorando o treinamento através do Wisconsin Upper Respiratory Symptom Survey-21 e Daily Analysis of Life Demands in Athletes nas versões em língua portuguesa. Revista da Educação Física/UEM. Vol. 20. Num. 1. 2009. p. 109-119.

-Nieman, D.C. Nutrition, exercise and immune system function. Clinical Sports and Medicine. Vol. 18. 1999. p. 537-548. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/10410840>.

-Oliveira, A.F.; Fatel, E.C.S.; Soares, B.M.; Cirico, D. Avaliação nutricional de praticantes de musculação com objetivo de hipertrofia muscular do município de Cascavel-PR. Colloquium Vitae. Vol. 1. Num 1. 2009. p. 44-52.

-Papacosta, E.; Gleeson, M. Effects of intensified training and taper on imune function. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. Vol. 27. Num. 1. 2013. p. 159-176. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1807-55092013000100016>.

-Peters, E.M.; Goetzsche, L.E.; Joseph, L.E.; Noakes, T.D. Vitamin C as effective as combinations of anti-oxidant nutrientes in reducing symptoms of upper respiratory tract infection in ultra marathonrunners. South African Journal of Sports Medicine. Vol 11. 1996. p. 23-27. Disponível em: <http://www.mv.helsinki.fi/home/hemila/CC/Peters_1996_ch.pdf.

-Pinheiro, A.B.V. Tabela para avaliação de consumo alimentar em medidas caseiras. 4ª edição. Rio de Janeiro. Atheneu. 2004.

-Sehnem, R.C.; Soares, B.M. Avaliação nutricional de praticantes de musculação em academias de municípios do centro-sul do Paraná. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. Vol. 9. Num. 51. 2015. p. 206-14. Disponível em: <http://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/467>.

-Slater, B.; Fisberg, R.M.; Philippi, S.T.; Latorre, M.R.D.O. Validation of a semi-quantitative adolescentesfood frequency questionnaire applied at a public school in São Paulo, Brazil. European Journal of Clinical Nutrition. Vol. 57. 2003. p. 629-35.

-Souza Junior, T.P.; Oliveira, P.R.; Pereira, B. Exercício físico e estresse oxidativo. Revista Brasileira de Medicina e Esporte. Vol. 11. Num. 1. 2005. p. 91-96. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbme/v11n1/24110.pdf>.

-Terra, R.; Da Silva, S.A.G.; Pinto, V.S.; Dutra, P.M.L. Efeito do exercício físico no sistema imune: resposta, adaptação e sinalização celular. Revista Brasileira de Medicina e Esporte. Vol. 18. Num. 3. 2012. p. 208-214.

-Walsh, N.P.; Gleeson, M.; Pyne, D.B.; Nieman, D.C.; Dhabhar, F.S.; Shephard, R.J.; Oliver, S.J.; Bermon, S.; Kajeniene, A. Position statement. Part two: maintaining immune health. Exercise Immunology Review. Vol 17. 2011. p. 6-63. Disponível em: <https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21446353>

Publicado
2018-10-29
Como Citar
Vieira, E. C. M., Souza, T. K. M. de, Oliveira, M. T. T. de, & Paes-Silva, R. P. (2018). Consumo de vitaminas antioxidantes e frequência de infecções do trato respiratório superior em praticantes de musculação. RBNE - Revista Brasileira De Nutrição Esportiva, 12(73), 628-635. Recuperado de https://www.rbne.com.br/index.php/rbne/article/view/1094
Seção
Artigos Científicos - Original