Classificação por machine learning dos hábitos de consumo de suplementos de creatina em frequentadores de ginásios
Resumo
O objetivo é identificar os padrões de utilização e os principais fatores que influenciam a suplementação de creatina, fornecendo uma base para futuras intervenções educacionais e recomendações para uma utilização segura e eficaz. O estudo foi aplicado a frequentadores de ginásios em Bragança, onde foi disponibilizado um código QR para uma pesquisa. Participaram 158 pessoas, 65 não consumidores de suplementação de creatina (37,34% homens; 22,78% mulheres) e 95 consumidores (15,19% homens; 24,68% mulheres). Foram implementados cinco algoritmos de aprendizagem automática para classificar o consumo de creatina em frequentadores de ginásios: Regressão Logística, Classificador de Impulso Gradiente, Classificador de Impulso Ada, Classificador Xgboost. A validação cruzada de K-folds foi implementada para validar o desempenho da aprendizagem automática. Verificou-se uma maior proporção de mulheres que se consideravam insuficientemente informadas sobre os efeitos/efeitos secundários da creatina (22,2%) em comparação com os homens (8,47%), p=0,03. O classificador AdaBoost expôs o melhor desempenho global (86%) na classificação do uso excessivo de creatina em frequentadores de ginásios com base nos seus hábitos tabágicos (r = 0,33), gramas de creatina utilizadas por dia (r = 0,50) e falta de informação sobre os efeitos secundários da ingestão de creatina (r = -0,33). O método K-folds validou os resultados com um desempenho muito bom (86%). Em conclusão, os cinco métodos de aprendizagem automática empregados caracterizaram bem o uso excessivo de creatina em frequentadores de ginásios com base nos hábitos de fumo, gramas de creatina por dia e falta de informação sobre os efeitos secundários da ingestão de creatina.
Referências
-Altman, D.G Statistics with confidence: confidence intervals and statistical guidelines. 2ª edição. London. BMJ Books. 2011.
-Araújo, P.L.M.; Amorim, A.G.; Silva, T.A. Análise de rótulos de suplementos alimentares de creatina. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São paulo. Vol. 17. Num. 106. p. 600-609. 2023.
-Ataídes, K.C.; Aguiar Neto Filho, M.; Santos, J.D.S.G. Benefícios e malefícios da suplementação com creatina. Scientific Electronic Archives. Vol. 15. Num. 10. 2022.
-Balestrino, M.; Adriano, E. Beyond sports: Efficacy and safety of creatine supplementation in pathological or paraphysiological conditions of brain and muscle. Medicinal Research Reviews. Vol. 39. Num. 6. 2019. p. 2427-2459.
-Braissant, O.; et al. Creatine deficiency syndromes and the importance of creatine synthesis in the brain. Amino Acids. Vol. 40. Num. 5. 2011. p. 1315-1324.
-Brosnan, J.T.; Brosnan, M.E. Creatine: Endogenous Metabolite, Dietary, and Therapeutic Supplement. Annual Review of Nutrition. Vol. 27. 2007. p. 241-261.
-Brosnan, M.E.; Brosnan, J.T. The role of dietary creatine. Amino Acids. Vol. 48. Num. 8. 2016. p. 1785-1791.
-Buford, T.W.; et al. International Society of Sports Nutrition position stand: creatine supplementation and exercise. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Vol. 4. 2007. p. 6.
-Calfee, R.; Fadale, P. Popular ergogenic drugs and supplements in young athletes. Pediatrics. Vol. 117. Num. 3. 2006. p. e577-589.
-Chicco, D.; Jurman, G. Machine learning can predict survival of patients with heart failure from serum creatinine and ejection fraction alone. BMC Medical Informatics and Decision Making. Vol. 20. Num. 1. 2020. p. 16.
-Cohen, J. Statistical Power Analysis for the Behavioral Sciences. Routledge. 2013.
-Costa, D.C.; Rocha, N.C.A.; Quintao, D.F. Prevalence of use of dietary supplements between practitioners of physical activity in academies of two cities in the Vale do Aco-MG: associated factors. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 7. Num. 41. 2013. p. 287-300.
-Cunha, J.P.Z. Um estudo comparativo das técnicas de validação cruzada aplicadas a modelos mistos. Mestrado em Estatística. São Paulo: Universidade de São Paulo. 2019.
-Ellery, S.J.; et al. Dietary creatine supplementation during pregnancy: a study on the effects of creatine supplementation on creatine homeostasis and renal excretory function in spiny mice. Amino Acids. Vol. 48. Num. 8. 2016. p. 1819-1830.
-Fawcett, T. Introduction to ROC analysis. Pattern Recognition Letters. Vol. 27.2006. p. 861-874.
-Frade, R.E.; et al. Avaliação do consumo de suplementos nutricionais por frequentadores de uma academia da cidade de São Paulo-SP. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 10. Num. 55. 2016. p. 50-58.
-Franco, F.S.C.; et al. Efeitos da suplementação de creatina e do treinamento de potência sobre a performance e a massa corporal magra de ratos. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 13. 2007. p. 297-302.
-Garrido, R.G.; et al. Suplementação de Creatina por Praticantes de Musculação de Vitória da Conquista/BA. Revista Brasileira de Ciência e Movimento. Vol. 16. Num. 4. 2008.
-Goston, J.L.; Mendes, L.L. Perfil nutricional de praticantes de corrida de rua de um clube esportivo da cidade de Belo Horizonte-MG, Brasil. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 17. 2011. p. 13-17.
-Gualano, B.; et al. Efeitos da suplementação de creatina sobre força e hipertrofia muscular: atualizações. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 16. 2010. p. 219-223.
-Gualano, B.; Artioli, G.G.; Lancha Junior, A.H. Suplementação de creatina e metabolismo de glicose: efeitos terapêuticos ou adversos? Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 14. 2008. p. 478-478.
-Harris, R.C.; Söderlund, K.; Hultman, E. Elevation of creatine in resting and exercised muscle of normal subjects by creatine supplementation. Clinical Science. Vol. 83. Num. 3. 1992. p. 367-374.
-Haun, C.T.; et al. Pre-training Skeletal Muscle Fiber Size and Predominant Fiber Type Best Predict Hypertrophic Responses to 6 Weeks of Resistance Training in Previously Trained Young Men. Frontiers in Physiology. Vol. 10. 26 mar. 2019.
-Henry, D.; et al. Clustering Methods with Qualitative Data: a Mixed-Methods Approach for Prevention Research with Small Samples. Prevention Science. Vol. 16. Num. 7. 2015. p. 1007-1016.
-Hultman, E.; et al. Muscle creatine loading in men. Journal of Applied Physiology. Vol. 81. Num. 1. 1996. p. 232-237.
-Jäger, R.; et al. International Society of Sports Nutrition Position Stand: protein and exercise. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Vol. 14. 2017. p. 20.
-Jagim, A.R.; et al. Safety of Creatine Supplementation in Active Adolescents and Youth: A Brief Review. Frontiers in Nutrition. Vol. 5. 2018. p. 115.
-Kreider, R.B.; et al. ISSN exercise & sport nutrition review: research & recommendations. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Vol. 7. 2010. p. 7.
-Kreider, R.B.; et al. International Society of Sports Nutrition position stand: safety and efficacy of creatine supplementation in exercise, sport, and medicine. Journal of the International Society of Sports Nutrition. Vol. 14, 2017. p. 18.
-Kreider, R.; Jung, Y. Creatine supplementation in exercise, sport, and medicine. The Journal of Exercise Nutrition and Biochemistry. Vol. 6. 2011. p. 53-69.
-Kumar, S.; Chong, I. Correlation Analysis to Identify the Effective Data in Machine Learning: Prediction of Depressive Disorder and Emotion States. International Journal of Environmental Research and Public Health. Vol. 15. Num. 12. 2018. p. 2907.
-Liu, H.; Cocea, M. Semi-random partitioning of data into training and test sets in granular computing context. Granular Computing. Vol. 2. Num. 4. 2017. p. 357-386.
-Lollo, P.C.B. Perfil dos alunos das academias de ginástica de Campinas, SP. Lecturas: Educación física y deportes. Num. 76. 2004. p. 15.
-Martins, L.I.P.A. Hábitos de consumo de suplementos desportivos com aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA). master Thesis. Escola Superior de Tecnologia da Saúde. 2022.
-Naranjo, S.I.L.; et al. Analysis of the use of the Python programming language for statistical calculations. Espirales revista multidisciplinaria de invesitgación científica. Vol. 6. Num. 2. 2022. p. 1-13.
-Peralta, J.; Amancio, O.M.S. A creatina como suplemento ergogênico para atletas. Revista de Nutrição. Vol. 15. 2002. p. 83-93.
-Raschka, S.; Patterson, J.; Nolet, C. Machine Learning in Python: Main Developments and Technology Trends in Data Science, Machine Learning, and Artificial Intelligence. Information. Vol. 11. Num. 4. 2020. p. 193.
-Reis, E.L.D.; et al. Utilização de recursos ergogênicos e suplementos alimentares por praticantes de musculação em academias. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva. São Paulo. Vol. 11. Num. 62. 2017. p. 219-231.
-Rodriguez, N.R.; et al. Position of the American Dietetic Association, Dietitians of Canada, and the American College of Sports Medicine: Nutrition and athletic performance. Journal of the American Dietetic Association. Vol. 109. Num. 3. 2009. p. 509-527.
-Sousa, M.V.C. Uso de suplementos nutricionais em desportistas portugueses de alto nível das modalidades de atletismo, natação e trialto. FCAUP. 2008.
-Temkin, S. M.; et al. Chronic conditions in women: the development of a National Institutes of health framework. BMC Women’s Health. Vol. 23. 2023. p. 162.
-Theodoro, H.; Ricalde, S.R.; Amaro, F.S. Avaliação nutricional e autopercepção corporal de praticantes de musculação em academias de Caxias do Sul-RS. Revista Brasileira de Medicina do Esporte. Vol. 15. 2009. p. 291-294.
-Varghese, J.; Muntode Gharde, P.A Comprehensive Review on the Impacts of Smoking on the Health of an Individual. Cureus. Vol. 15. 2023. n. 10. 2023. p. e46532.
-WHO. report on the global tobacco epidemic, 2023: protect people from tobacco smoke. Disponível em: <https://www.who.int/publications/i/item/9789240077164>.
-Wyss, M.; Kaddurah-Daouk, R. Creatine and creatinine metabolism. Physiological Reviews. Vol. 80. Num. 3. 2000. p. 1107-1213.
Direitos de Autor (c) 2025 Patrícia C. Magalhães, Samuel Encarnação, Andre C. Schneider, Pedro Forte, José Teixeira, Antonio Miguel Monteiro, Tiago M. Barbosa, Ana M. Pereira

This work is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Autores que publicam neste periódico concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem ao periódico o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License BY-NC que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).